Mundial de robótica: jovens mato-grossenses disputam prêmio da First em Houston
Em solo americano e nos preparativos para a competição internacional, os jovens mato-grossenses da equipe Canintech, do Senai Mato Grosso em parceria com a Seduc-MT, disputam a partir desta quarta-feira (17.04) o prêmio mundial na categoria First Robotics Competition (FRC) em Houston, nos Estados Unidos, com times de mais de 50 países.
Para participar da competição na categoria mais avançada os estudantes de ensino médio, com apoio de instrutores do Senai MT que atuam como mentores da equipe, constroem e programam robôs de porte industrial com 56 kg e 1,2 metro de altura para realizarem tarefas em uma arena.
O robô carinhosamente chamado de Coqueirinho, premiado como melhor Design Industrial na etapa nacional durante o Torneio Sesi de Robótica, realizado em Brasília no mês de março, ganhou uma versão 2.0 para cumprir as missões na arena na disputa internacional. De acordo com Américo, mentor da equipe na área de automação e programação, o robô passou por uma atualização e está preparado para a competição mundial.
“O sistema de lançamento de notas foi melhorado com base no sistema utilizado pela equipe de Várzea Grande, a Agrotech. Com essa atualização, os pontos podem ser marcados com mais precisão e velocidade. Além disso, o robô poderá lançar as argolas de média e longa distância. O sistema de rodas foi trocado para o tipo swerve que permite a movimentação em qualquer direção”, aponta.
O time conta com o suporte dos instrutores em Sinop, Daniel Rodrigues na eletromecânica, Olavo Conbianchini na logística e Scouting e Vanessa Matiello na gestão de mídias sociais. Para a competição internacional, a equipe sinopense recebeu um incremento com os mentores da equipe Agrobot de Rondonópolis, Djair Assunção, Thiago Carvalho, e da Agrotech de Várzea Grande, Rodolfo Otávio.
Funções, habilidades e contribuição
Além das partidas nas arenas de competição, as equipes de robótica dividem outras tarefas, consideradas essenciais para garantir o funcionamento de todo o time. O grupo é divido em áreas como marketing, gerenciamento de baterias, documentação, apresentação da equipe, e claro, os pilotos do robô. Como no caso da Ana Vitória dos Santos Monteiro, de 16 anos, que é responsável pelas publicações nas redes sociais do time. “Aqui eu vou registrar toda a nossa participação para que a colega Lana, que ficou em Sinop, possa publicar nas redes sociais. Também cuido dos materiais de segurança que são utilizados pela equipe durante as partidas”, conta Ana.
Alana Sophya dos Santos Elias, de 16 anos, atua numa missão crucial para garantir o funcionamento do Coqueirinho dentro da arena. A estudante é responsável pelo gerenciamento das baterias utilizadas pelo robô durante as partidas. “Eu cuido das baterias, sempre recarrego e vejo se elas estão prontas para serem utilizadas. O importante é deixar tudo pronto para o robô funcionar”, conta.
A jovem Rafaella Rodrigues, de 16 anos, é responsável pela apresentação da equipe no pit, como é chamado o estande dos times, para os visitantes das competições. “Eu faço toda a apresenção da equipe, do nosso nome, propósito social e o que trabalhamos no time. A parte mais desafiadora agora será falar em inglês com os visitantes do evento”, relata.
Geicy Kelly Bianchi da Silva, de 16 anos, dedica-se a documentação além de ser responsável pela montagem, apoia os colegas no cuidado do pit. “Eu dou suporte para a Rafaella no cuidado do nosso pit, da organização e dos documentos que precisamos”.
Para garantir o melhor desempenho do robô dentro da arena, a equipe conta com o “drive team” formado pelos pilotos, jogadores humanos e apoio técnico para o transporte do Coqueirinho durante as partidas. O time de direção, na tradução literal, é composto pelos estudantes Guilherme Cajaíba Ribeiro Silva, Henrique Riffel, Leonel Vitor Venâncio Silvino Oliveira e Nícolas Nathã Pires da Silva.
Novo Ensino Médio
A robótica é ofertada de forma complementar para os jovens das escolas públicas estaduais, vinculadas a Seduc-MT, que cursam a habilitação técnica de Nível Médio, o itinerário V do novo Ensino Médio, em parceria com o Senai em 18 municípios de Mato Grosso.
O diretor regional do Senai MT, Carlos Braguini, reforça que a robótica complementa a formação pessoal e profissional dos estudantes. Braguini ainda pontua que a realização dessas ações é fruto da sem sucedida parceria com o Governo de Mato Grosso, por meio da Seduc-MT.
“A robótica proporciona uma experiência prática no conteúdo das formações em matemática, engenharia e ciência. Que adicionados a vivência pessoal com culturas de várias cidades e neste caso, outros países, desenvolve competências socioemocionais que transformam esses jovens e preparam para o mundo do trabalho”, pontua.
Texto e fotos: Amanda Simeone