Muito além de robôs, as competições de robótica promovem verdadeiras transformações na vida dos estudantes que participam das disputas ao longo dos anos. Com essas experiências, os jovens adquirem habilidades fundamentais para a carreira profissional no mercado de trabalho. Essas habilidades são as competências socioemocionais que aparecem diretamente na maneira de pensar, sentir e agir das pessoas.

As formações educacionais precisam promover o desenvolvimento social, cognitivo e emocional dos estudantes, e por isso, situações diferentes das que são vivenciadas em salas de aula formam profissionais diferenciados para o mercado de trabalho. As competições de robótica são momentos em que os estudantes têm a oportunidade de se relacionar com pessoas de diferentes culturas, hábitos e crenças.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), responsável pela regulação da Educação Básica no Brasil, ao todo são 10 competências que todo estudante deve crescer ao longo da formação como conhecimento, pensamento científico, crítico e criativo, repertório cultural, comunicação, cultura digital, trabalho e projeto de vida, argumentação, autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania.

Oito jovens de Mato Grosso percorreram mais de 10 mil quilômetros desde a saída de Sinop até Houston, nos Estados Unidos, para participarem da Campeonato Mundial de Robótica. Uma competição de alto nível com 700 equipes de 15 países, somente na modalidade First Robotics Competition (FRC), a Canintech e mais seis equipes do Brasil disputaram o prêmio mundial entre os dias 17 e 20 de abril.

O Senai MT, em conjunto com a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), promove no novo Ensino Médio as atividades de robótica como oportunidade de desenvolvimento pessoal. O diretor regional do Senai MT, Carlos Braguini, destaca que a convivência com culturas diferentes, o deslocamento para outro país, como no caso dos jovens de Sinop nos Estados Unidos, promove uma verdadeira transformação para o mundo do trabalho.

“Proporcionar experiências totalmente diferente das que os jovens vivenciam todos os dias nas escolas é a missão do Senai junto a Seduc no Novo Ensino Médio. Os estudantes vão para o mercado de trabalho com repertório e habilidades diferenciadas após essas vivências. E esse é o ponto, transformar vidas para potencializar o mundo do trabalho”, reforça.

Na avaliação da secretária adjunta de Gestão de Educacional de Mato Grosso, Nadine Moreira, a vivência do campeonato colabora diretamente na formação dos jovens para o mercado de trabalho. “Compartilhar esse momento com nossos estudantes em Houston é constatar na prática a robótica é muito mais do que os robôs. É uma experiência de vida, uma imersão para além de competências pedagógicas. A disputa prepara para a vida profissional dos estudantes”, reforça.

Rafaella Rodrigues, de 16 anos, é a líder de Canintech e ficou responsável de apresentar a equipe no estande durante a competição mundial. “É uma experiencia que nunca achei que fosse viver na minha vida. Achei que teria muita dificuldade por causa do inglês, mas está sendo muito bom poder falar em outra língua, explicar de onde a gente vem e ainda falar da parte técnica do robô. Tenho certeza de que será muito bom para minha vida profissional”, reforça.

Competição mundial

Estreante na competição nacional, a Canintech, garantiu uma das seis vagas para o campeonato mundial que aconteceu entre os dias 17 e 20 de abril em Houston, nos Estados Unidos, na modalidade FIRST Robotic Competition (FRC). O time 9602 do Senai Mato Grosso é composto por alunos do ensino médio, em parceria com a Seduc-MT, no município de Sinop.

Mato Grosso é um dos 10 estados da delegação brasileira na competição mundial, a maior de todas nos últimos 24 anos. Ao todo 144 competidores de 9 a 18 anos, de escolas públicas e particulares de 10 estados (AL, GO, MA, MG, MT, RJ, PR, RS, SC, SP). Eles foram acompanhados de 54 técnicos e mentores.

Texto: Amanda Simeone