Agro.ind: solução simplifica processo de adequação para certificação internacional de produção da Agro Amazônia
O maior programa de inovação aberta de Mato Grosso, o Agro.ind está chegando a sua etapa final com a apresentação de soluções tecnológicas para as empresas participantes. Nesta segunda-feira (10.06) foi a vez da Agro Amazônia ser contemplada com a solução final elaborada pela startup Certificafé, que promete simplificar o processo de adequação para a emissão de certificações internacionais.
Um dos desafios da Agro Amazônia está relacionado à rastreabilidade de manejo por meio de certificações de boas práticas agrícolas. Com um aplicativo, a startup elaborou um plano de ação para que a empresa possa mirar certificações como a Rainforest Alliance, uma das mais importantes no mundo.
O aplicativo já existia antes da implantação do Agro.ind, e foi responsável pela certificação de mais de 3.200 produtores, reduzindo em até 60% o custo dos produtores com as certificações. A tecnologia foi criada dentro da Universidade Federal de Viçosa, em parceria com a Embrapa e, apesar de ser voltada para as certificações voltadas ao cultivo de café, também pode ser expandida para outras culturas, como soja e milho.
De acordo com a gerente de Tecnologia e Inovação do Senai MT, Naiara Galliani, as certificações internacionais passaram a ser uma necessidade de mercado para o produtor. “Para além da questão da sustentabilidade, que é de suma importância, as certificações internacionais passam a ser uma necessidade de mercado, já que para a comercialização com muitos países da União Europeia, este é um pré-requisito”, destacou Naiara.
Para a Agro Amazônia, a Certificafé fez um completo diagnóstico que apontou que uma das fazendas do grupo está 77% adequada para conseguir a certificação, quando a média da maioria das propriedades é de 30 a 40%. O tempo para se adequar às exigências que a certificação possui é de apenas dois meses, com um baixo investimento financeiro, com retorno financeiro posteriormente.
Outra solução
Outra solução também apresentada para a Agro Amazônia foi da startup Daedalus, com objetivo de otimizar a produção agrícola com foco principal na colheita de soja. Com a análise de imagens, a startup pode estimar qual seria a produção de soja, utilizando técnicas de visão computacional para monitorar a maturidade das plantas e identificar doenças.
O aplicativo desenvolvido pela startup foi projetado para capturar imagens das plantas, que seriam usadas para treinar uma inteligência artificial capaz de contar o número de plantas, vagens e grãos. Com esses dados, seria possível estimar a produção de soja por hectare.
A implantação das soluções apresentadas pelas startups é uma decisão das próprias empresas participantes do Programa Agro.ind. No entanto, Naiara Galliani pontua que a missão do programa é a de conectar empresas e soluções.
“Essa etapa de entregas das soluções é um passo muito importante, porque evidencia o compromisso deste programa, que é o de conectar empresas por meio de soluções, gerando assim negócios futuros”, disse Naiara.
O programa
Lançado em maio de 2023 pelo Instituto Senai de Tecnologia de Mato Grosso (IST MT), o programa Agro.ind tem como missão levantar desafios de agroindústrias e buscar soluções de startups de todo o país.
Nesta primeira edição, 13 startups do país foram selecionadas para desenvolverem e testarem soluções aos 19 desafios das sete agroindústrias de Mato Grosso parceiras do programa: Agro Amazônia, Barralcool, Destilarias Novo Milênio, Fiagril, Natter Âmbios, ROOT BR e TRC.
Texto: Julia Oviedo